terça-feira, 5 de outubro de 2010

Correção do meu orientado.

Universidade Federal de Alagoas - UFAL.

Instituto de Ciências Sociais – ICS.

Márcia Regina Barbosa da Silva

Matricula 2004g0198

Orientação: AMARO XAVIER BRAGA JUNIOR

O papel da Mulher nas Religiões Primitivas e Neopagãs.

Introdução
Em um estudo sobre religião, o gênero feminino se abre em um riquíssimo leque de oportunidades, tendo em vista que sua observação é mutável tanto nas diversas épocas da História quanto nas milhares de culturas existentes no mundo.A mulher pode ser observada como um ser sagrado, sob o aspecto da Grande Deusa, como sacerdotisa, ou simplesmente como mãe veículo maior do milagre da vida, ou sob o jugo de pecadora responsável pela queda do homem e símbolo maior das tentações. É neste rico e imenso universo de possibilidades que se objetiva estudar o “Sagrado Feminino” através de um olhar sócio-antropologico onde se expõe o Papel da mulher nas religiões primitivas, em contra partida com o papel que a mulher exerce nas religiões patriarcais atuais.
Este trabalho procura discutir “as verdades” sobre uma época de igualdade entre gêneros, onde o homem e a mulher possuíam grande atuação na formação da sociedade, época a qual poder do sagrado feminino era formador do respeito, da moral e de uma sociedade onde o matriarcado tornava a vida das mulheres propicias para a sua atuação não só na Religião como também na Política social.

Metodologia
Considerando que não existe uma religião primitiva a ser observada nos tempos atuais, a pesquisa terá como base uma revisão de literatura em trabalhos de historiadores, arqueólogos, psicólogos, filósofos e antropólogos considerando suas opiniões e relacionando-as às observações participantes em grupos que resgatam esta prática, assim denominados “neopagões”, valendo-se ainda de entrevistas semi-estruturadas com os participantes. Questionando-se sobre o nível de apropriação destes bens simbólicos , tendo em vista que os valores destas sociedades foram praticamente extintos e o modo como tais sociedades viviam, sua relação com os elementos da natureza, e a formação cultural esta vinculada a registros antigos sem uma filiação direta como nos movimentos religiosos tradicionais.


Resultados
Nossa atual sociedade possui uma cultura religiosa patriarcal na qual a mulher foi praticamente excluída do universo religioso, sendo educada para tornar-se subserviente ao homem, poucas vezes é mencionada na Bíblia principal livro sagrado, e quando o mesmo ocorre é sempre como coadjuvante do momento histórico onde o Homem é o herói baseado em praticas de moral segregacionais que legitimam tais atitudes. Nesta religião o contato divino é estabelecido sempre através do sacerdócio masculino, onde impera um Deus Solar que é amor e aonde tudo o que vem da mulher é visualizado com desconfiança. A Mulher foi considerada como a responsável maior pelo pecado ter adentrado no mundo, detentora da maldição, a sedutora, a manipuladora de Adão, traidora da humanidade marcou a vida de suas descendentes as excluindo do poder político e religioso que provem do sacerdócio.

Conclusão
Desde o final do século XX, com as vitórias dos movimentos feministas e a valorização da imagem da mulher através de sua luta por liberdade e posse de seu próprio corpo, surgem novos movimentos religiosos onde ocorre o resgate a imagem da mulher como um ser sagrado no que diz respeito às religiões de origem primitiva ou pagã “ O Sagrado Feminino” que quase fora extinto pelos primeiros religiosos monoteístas e que havia sido tão condenado pelos cristãos da idade média os quais estavam mais interessados em enriquecer usando Deus como escudo para exercerem suas barbáries do que realmente seguir a filosofia religiosa do amor ao próximo, ressurge sob o stigma inicial de movimento Nova Era tendo como um dos principais lideres deste movimento religiosos Gerald Gardner o pai da WICCA ( a religião da Deusa). A Religião Primitiva vem sendo resgatada para podermos ter um melhor entendimento dos aspectos filosófico, religioso e histórico já que possui suma importância para o entendimento da criação e da evolução das religiões.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Congresso Acadêmico. UFAL


Universidade Federal de Alagoas - UFAL.
Intituto de Ciências Sociais – ICS.
Márcia Regina Barbosa da Silva
Matricula 2004g0198

O poder da Mulher nas Religiões Primitivas.

Em um estudo sobre religião, o gênero feminino se abre em um riquíssimo leque de oportunidades, tendo em vista que sua observação é mutável tanto nas diversas épocas da História quanto nas milhares de culturas existentes no mundo.A mulher pode ser observada como um ser sagrado, sob o aspecto da Grande Deusa, como sacerdotisa, ou simplesmente como mãe veículo maior do milagre da vida, ou sob o jugo de pecadora responsável pela queda do homem e símbolo maior das tentações. É neste rico e imenso universo de possibilidades que decidi estudar o “Sagrado Feminino” através de um olhar sócio-antropologico onde desejo expor o Papel da mulher nas religiões primitivas, em contra partida com o papel que a mulher exerce nas religiões patriarcais atuais.
Nossa atual sociedade possui uma cultura religiosa patriarcal na qual a mulher foi praticamente excluída do universo religioso, sendo educada para tornar-se subserviente ao homem, poucas vezes é mencionada na Bíblia principal livro sagrado, e quando o mesmo ocorre é sempre como coadjuvante do momento histórico onde o Homem é o herói baseado em praticas de moral segregacionais que legitimam tais atitudes. Nesta religião o contato divino é estabelecido sempre através do sacerdócio masculino, onde impera um Deus Solar que é amor e aonde tudo o que vem da mulher é visualizado com desconfiança. A Mulher foi considerada como a responsável maior pelo pecado ter adentrado no mundo, detentora da maldição, a sedutora, a manipuladora de Adão, traidora da humanidade marcou a vida de suas descendentes as excluindo do poder político e religioso que provem do sacerdócio.

Desde o final do século XX, com as vitórias dos movimentos feministas e a valorização da imagem da mulher através de sua luta por liberdade e posse de seu próprio corpo, surgem novos movimentos religiosos onde ocorre o resgate a imagem da mulher como um ser sagrado no que diz respeito às religiões de origem primitiva ou pagã “ O Sagrado Feminino” que quase fora extinto pelos primeiros religiosos monoteístas e que havia sido tão condenado pelos cristãos da idade média os quais estavam mais interessados em enriquecer usando Deus como escudo para exercerem suas barbáries do que realmente seguir a filosofia religiosa do amor ao próximo, ressurge sob o stigma inicial de movimento Nova Era tendo como um dos principais lideres deste movimento religiosos Gerald Gardner o pai da WICCA ( a religião da Deusa). A Religião Primitiva vem sendo resgatada para podermos ter um melhor entendimento dos aspectos filosófico, religioso e histórico já que possui suma importância para o entendimento da criação e da evolução das religiões. Considerando que não existe uma religião primitiva a ser observada nos tempos atuais, a pesquisa terá como base valores antigos e os redescobertos por historiadores, arqueólogos, psicólogos, filósofos e antropólogos já que os valores destas sociedades foram praticamente extintos e o modo como tais sociedades viviam, sua relação com os elementos da natureza, e a formação cultural esta vinculada a registros antigos, consulta de textos Históricos, registros arqueológicos, Sites e livros de religiosidade pagã.

Meu TCC tenta resgatar “uma verdade” sobre uma época de igualdade entre gêneros, onde  o homem e a mulher possuíam grande atuação na formação da sociedade, época a qual poder do sagrado feminino era formador do respeito, da moral e de uma sociedade onde o matriarcado tornava a vida das mulheres propicias para a sua atuação não só na Religião como também na Política social.



O poder da sacerdotisa.

Todas as mulheres do mundo, todos os seres nascidos sob égide do gênero feminino, se podiam enquadrar em duas categorias: ou eram bruxas ou sacerdotisas.
As Bruxas cuidavam dos males físicos.
As sacerdotisas curavam os males da Alma...

-Margaret Murray-
Antropóloga

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Formatações.

PAPER
Definições
Para a ABNT (1989) paper é um pequeno artigo científico, elaborado sobre determinado tema ou resultados de um projeto de pesquisa para comunicações em congressos e reuniões científicas, sujeitos à sua aceitação por julgamento.
Os propósitos de um paper são quase sempre os de formar um problema, estudá-lo, adequar hipóteses, cotejar dados, prover uma metodologia própria e, finalmente, concluir ou eventualmente recomendar.
O paper é intrinsecamente técnico, podendo envolver fórmulas, gráficos, citações e pés de página, anexos, adendos e referências.
Num paper a opinião do autor é velada e tem a aparência imparcial e distante, não deixando transparecer tão claramente as crenças e as preferencias do escritor.
Para Carmo-Neto (1996) os dados de um paper são geralmente experimentais, mensuráveis objetivamente; mesmos os mais intuitivos ou hipotéticos sempre imprimem um certo pendor científico, e quase sempre são formados a partir de uma metodologia própria para aquele fim.
Estrutura
Um paper deve conter os seguintes elementos:
  • Título;
  • Nome completo do(s) autor(es);
  • Resumo e/ou Abstract;
  • Introdução;
  • Revisão da Literatura;
  • Metodologia;
  • Desenvolvimento;
  • Resultados;
  • Discussão dos Resultados;
  • Conclusão;
  • Anexos e/ou Apêndices;
  • Bibliografia.
Embora um paper apresente número de páginas variado, de 15 a 20 páginas é o tamanho aceitável.
Utilização
  • Trabalho final de disciplinas de Cursos de Especialização, de Mestrado e de Doutorado;
  • Apresentação em congressos;
  • Publicações periódicas de papers, ex. READ (Revista Eletrônica de Administração – PPGA/EA/UFRGS).

ENSAIO
Definições
O ensaio é um "estudo bem desenvolvido, formal, discursivo e concludente, consistindo em exposição lógica e reflexiva e em argumentação rigorosa com alto nível de interpretação e julgamento pessoal. No ensaio há maior liberdade por parte do autor, no sentido de defender determinada posição sem que tenha que se apoiar no rigoroso e objetivo aparato de documentação empírica e bibliográfica. De fato, o ensaio não dispensa o rigor lógico e a coerência de argumentação e por isso mesmo exige grande informação cultural e muita maturidade intelectual" (Severino, 1976, p.153)
"É uma exposição metodológica dos assuntos realizados e das conclusões originais a que se chegou após apurado o exame de um assunto. O ensaio é problematizador, antidogmático e nele deve se sobressair o espírito crítico do autor e a originalidade" (Medeiros, 2000, p. 112).
RESENHA
Definições
Tipo de resumo crítico, contudo mais abrangente: permite   comentários e opiniões, inclui julgamento de valor, comparação com outras obras da mesma área e avaliação da relevância da obra em relação às outras do mesmo gênero, por isso normalmente a resenha é uma tarefa para especialistas no assunto, como professores de determinada área.
Segundo Andrade (1997), resenha é um relato minucioso das propriedades de um objeto, ou de suas partes constitutivas; é um tipo de redação técnica que inclui variadas modalidades de textos: descrição, narração e dissertação. Estruturalmente, descreve as propriedades da obra (descrição física da obra), relata as credenciais do autor, resume a obra, apresenta suas conclusões e metodologia empregada.
Estrutura
A resenha deve ser escrita em terceira pessoa, implicando em certa neutralidade, o que é limitado, porque na seleção e organização do texto já ocorre intenção de quem escreve.
Elementos de Identificação
Uma resenha deve conter os seguintes elementos:
  • Autor;
  • Título;
  • Local da Publicação;
  • Editora;
  • Data;
  • Edição;
  • Tamanho;
  • Autoria;
  • Resumo;
  • Tipo de Livro;
  • Bibliografia;
  • Apreciação.
Fonte: Guia para a elaboração de trabalhos escritos - UFRGS

Meu orientador me intimou a apresentar-me no Congresso Acadêmico.Gostei disso...

Congresso Acadêmico
1 mensagem

amaro braga <@@@@@@@@@@@> 30 de setembro de 2010 14:57
Para: Regina <reginaufal@gmail.com>
Regina,

quero que vc escreva uma página, um página e meia sobre sua intenção de pesquisa para o TCC e escreva no  congresso acadêmico.
Não é nada complicado, apenas vc deve colocar em pauta uma introdução esclarecendo um objetivo, uma problematização discutindo o objeto e como pretende seguir.
Faça um rascunho e mande pra mim para que eu possa melhorar (se precisar) e vc realizar a isncrição, ok?

Estou no aguardo.
Amaro Braga

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Antropologia.

Antes de atingir o status de ciência a antrologia foi estudada por vários teóricos muitos deles estudiosos outros apenas curiosos pelo o assunto esses eram observadores do meio e da cultura.
O estudo das culturas e suas diferenças inicio-se de forma natural e espontânea estudo este realizado por pessoas comuns mas,com um olhar antrológico bastante aguçado esses estudiosos eram chamados de cronistas pois, descreviam de forma etnológica as observações e deixaram registros diretos e espontâneas.
A partir da década de 30 inicio-se a formação acadêmica de etnólogo. O brasil na verdade era uma "selva etnólogica" a ser pesquisada. Os etnólogos estrangeiros eram os mais interessados.
Em 1934 foi fundada a escola de socilogia e política com uma quantidade significante de mestres estrangeiros.Dentre esses estrangeiros estava Gilberto Freyre autor de Casa grande e senzala e Arthur Ramos.
Os anos 30 foi marcado por ter sido o início de estudo de mudança social mudança cultural ou aculturação tais estudos tiveram por objetivo a população negra, os grupos índigenas, bem como os imigrantes Europeus e Asiáticos e seus descendentes" (1) (pág 139)
Já os anos 40 e 50 foram marcados pela realização dos "estudos de comunidade" eram observadas pequenas vilas e pequenas cidades utilizando a técnica da etnologia.
O folclore foi bem estudado nesse periodo e tem vários conceitos boa parte dos trabalhos sobre folclore "são caráter descritivos "(2) (pág.148)
" Apesar desses trabalhos terem sidos desenvolvidos por sociólogos, são de grande importância para os etnólogos, os mesmos abordaram temas até então explorados pelos folcloristas, dando-lhes uma interpretação funcionalista com que procuram dar conta da persistência e mudança social."(3) ( pág.149)
Melatti nessa obra faz um roteiro do estudo da antropologia no Brasil desde a época dois cronistas que relatavam suas observações. Nesse roteiro fica fácil perceber a evolução dos estudos etnológicos e as linhas seguidas posteriormente.
O autor encerra o texto listando escolas de ciências sociais com ênfase em Antropologia isso para osinteressados que procuram graduações e pós a até mesmo mesmo doutorados na área.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Rosh Hashaná


Aniversário do Universo e Dia do Julgamento

O que comemora-se: 
Rosh Hashaná, considerado o aniversário do Universo, é na realidade o sexto dia da Criação, quando D’us criou o primeiro homem, Adam – o propósito de toda Criação. O primeiro ato de Adam foi proclamar D’us como Rei do Universo. Por este motivo, a cada Rosh Hashaná coroamos o Todo-Poderoso como Regente do mundo, reafirmando nosso compromisso de serví-Lo apropriadamente. Assim como D’us completou a Criação no primeiro Rosh Hashaná, a cada Rosh Hashaná Ele reavalia a qualidade de nosso relacionamento com Ele, assumindo uma vez mais o sustento do mundo. Nisto se constitui o julgamento de Rosh Hashaná.

Comemora-se: Dia 1 de Tishrei

Duração: 2 dias (inicia-se antes do pôr-do-sol da véspera e termina ao completo anoitecer do 2º dia)

Velas: As velas são acesas na véspera, ao pôr-do-sol do primeiro e do segundo dia com a bênção apropriada da festa.

Kidush: Ao retornar da sinagoga, após as preces de Arvit, recita-se o kidush da noite de Rosh Hashaná e ao retornar da sinagoga, após as preces da manhã e Mussaf (Prece Adicional) recita-se o kidush do dia de Rosh Hashaná, ambos sobre uma taça repleta de vinho.

Costumes

Tsedacá
Deve-se acrescentar doações para caridade neste dia.

Hatarat Nedarim
Costuma-se anular promessas feitas durante o ano perante um grupo composto por 10 homens. É realizada antes de Rosh Hashaná para que o ano novo reinicie sem conexão com qualquer falha que possa ter havido no passado.

Maçã com Mel

Na primeira noite, antes de iniciar a refeição, mergulha-se uma maçã doce no mel.

Shaná Tová

Na primeira noite de Rosh Hashaná, após a reza, é costume comprimentar as pessoas com o voto: "Possas tu ser inscrito e selado para um bom ano." / "Shaná Tová ve chatimá tová".

Chalot Redondas

Usam-se duas chalot redondas a cada refeição e é costume mergulhar cada fatia no mel antes de comer.

Tashlich

No primeiro dia de Rosh Hashaná, logo após a reza da tarde, Minchá, é costume ir até um poço ou lago onde haja peixes e recitar uma bênção especial chamada "Tashlich" ("Jogarás"). Simbolicamente jogamos nossos pecados nas profundezas do mar. A água representa a bondade e os peixes, cujos olhos nunca fecham, representam a vigilância constante de D’us sobre nós.

Fruta Nova
Na segunda noite, uma fruta da nova estação, que ainda não tenha sido provada, é saboreada logo após o kidush.

Cabeça de Peixe

Cabeça de peixe, servida durante a refeição, faz parte de um dos símbolos da festa para lembrar que devemos ser sempre "cabeça"; um exemplo a ser seguido por todos.

Tsimes
Prato composto de cenouras doces, faz parte das iguarias servidas.
Cenouras em yidish é meren, que significa acrescentar, representando o desejo de possuirmos mais méritos que falhas.

Proibições

As atividades criativas proibidas no Shabat também o são em Rosh Hashaná, com exceção de carregar num domínio público, cozinhar para as refeições do mesmo dia (se for utilizado fogo de uma chama acesa desde a véspera) e outras atividades ligadas à preparação dos alimentos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Três faces da mulher na literatura

Luciana Guedes (UFF)
Sebastião Votre
(UFF)
O trabalho relaciona textos que têm temática amorosa feminina. Obras em verso escritas por mulheres ou que têm vozes femininas (quando escritas por homens), pertencentes a épocas distintas.
Para tanto, são analisadas cantigas de amigo de cinco trovadores portugueses do século XIII, poemas de cinco poetisas brasileiras do século XIX e o Cântico de Salomão das Escrituras Hebraicas (século XI a.C.).
A sulamita diz: “Vem deveras, ó meu querido, saiamos ao campo, pousemos entre as plantas de hena (...) Ali te darei as minhas expressões de afeto" (CANTICOS, 1986). Também o trovador Dom Dinis usa a voz feminina: “Ai flores do verde ramo,/se sabedes novas do meu amado!” (VIEIRA, 1987: 127). E Ildefonsa Laura César, poetisa brasileira do século XIX, exclama: “Enquanto o sol ardente/deixa passar o calor,/cheirosas flores enrama/ para as dar ao meu amor.” (MUZART, 2000: 151) Esses são exemplos da relação entre os textos: os três têm a presença da mulher como eu- lírico, do seu amado e da natureza como protetora e amiga. Embora se situem em épocas distintas, mantém similaridades, por exemplo, o desejo da mulher, e não apenas ela como objeto desejado.
O trabalho trata dos seguintes tópicos - a biografia dos autores, o contexto histórico- social, os estilos de época, mulher falante vs. mulher objeto e eu- lírico vs. autor. Entre as cantigas de amigo e as poesia do século XIX é possível perceber ainda a evolução e a permanência de estruturas da língua portuguesa.
Ao pesquisar o Cântico de Salomão mostro uma mulher com atitude e vontade, descritas por Salomão, a quem ela rejeitou. Relacionar com as cantigas de amigo traça a diferença entre a atitude feminina bem retratada e a voz da mulher usada para o interesse masculino. E a poesia brasileira feminina do século XIX resgata a visão da mulher em um mundo essencialmente masculino, no qual era descrita pela visão do homem (e.g.: Diva de José de Alencar e Helena de Machado de Assis).
Pretendo chamar atenção para a produção literária feminina e dar uma contribuição aos estudos já existentes sobre o papel da mulher na sociedade e na literatura.
Já que a pesquisa sobre as mulheres na literatura é bastante comum, o estudo das mulheres como personagens e como escritoras, não só na literatura mas em vários campos, como sociologia, história, psicanálise etc.
Desenvolveu-se também a pesquisa de gênero, que mais do que apenas um estudo do papel da mulher é um estudo das relações homem/mulher e das diferenças que a sociedade delimita para estes; e neste campo há um sem número de trabalhos, feministas ou não. O objetivo desta pesquisa não é detectar se há ou não diferenças entre homens e mulheres, ou descobrir o porquê da diferença social entre estes e, muito menos, assumir uma postura radical feminista. O trabalho pretende apenas apresentar a mulher como escritora e chamar atenção para diferentes usos, por homens, da voz feminina na literatura, concordando em alguns momentos com Foucault quando diz que considera uma “indigna loucura” falar pelo outro (BRITO, 1998: 144). Portanto a proposta é fazer um trabalho de análise de textos masculinos e femininos, sempre com vozes femininas, e não uma pesquisa de gênero.
Seria mais fácil se pudesse fazer um análise atemporal dos textos escolhidos, mas para compreendermos as mulheres citadas é preciso enquadrá-las em seu tempo, sua sociedade e sua condição social. Ao selecionar para pesquisa o Cântico de Salomão, entramos no universo israelita do século XI a.C. e ,talvez, o leitor possa pensar que a sociedade israelita, por ser patriarcal, reprimia as mulheres, mas, como veremos no desenvolvimento, essa não era a realidade. No Pentateuco, parte dos textos fundadores judeus, encontramos passagens que determinam o respeito à mulher e seus direitos, por exemplo, em Gênesis 2: 20, Moisés, sob inspiração divina, escreveu que a mulher seria uma ajudadora para o homem, o texto não fala que deveria ser uma serva ou escrava. Também o livro de Deuteronômio 31: 12 relata a mulher participando de uma atividade da comunidade como igual ao homem, quando Moisés ordena que todo o povo esteja presente para a leitura da Lei, ‘homens, mulheres, pequeninos e residentes forasteiros’.
Agora demos um salto para o século XIII d.C., numa sociedade essencialmente católica portuguesa. Percebemos, ao analisar algumas cantigas trovadorescas de amigo, o uso da ironia para desvalorizar a mulher, muitas vezes fazendo um jogo de construção e desconstrução, valorizando a mulher e desvalorizando o homem que não consegue conquistar uma dama para depois debochar da mulher. A sociedade da época, da qual faziam parte os homens que escreveram as cantigas, estava inserida no contexto de uma religião que exclui as mulheres dos papéis importantes na adoração e proibi os que conduzem a adoração de manterem relações sexuais com elas, pela lei do celibato.
O outro campo de análise são poesias escritas por mulheres brasileiras no século XIX d.C., mulheres burguesas que desafiaram sua sociedade ao criticar os padrões que as excluíam da política e da literatura, e as colocavam no “seu lugar”, no âmbito doméstico, cuidando dos filhos e do marido. Algumas poesias tratam de amores proibidos pela sociedade, que aconteceram e foram reprimidos ou que nem tiveram a chance de acontecer.
No desenvolvimento, entraremos mais a fundo nos textos, nos contextos histórico- sociais e numa rápida biografia dos/as autores/as.
O Cântico de Salomão
Escrito por Salomão em Jerusalém no ano de 1020 a. C., mereceu o seguinte comentário do rabino judeu Akiba ( 1º século d.C.): " O mundo inteiro não era digno do dia em que este sublime cântico foi dado a Israel" (Míxena Judaica: Yadakim 3: 5). Também Clarke diz que é " um cântico de extrema perfeição, um dos melhores que já existiram ou que foram escritos." (CLARKE. Commentary . vol.III, p. 841; 1Reis 11: 3)
O seu escritor foi o grande rei Salomão de Israel, filho do rei Davi, da linhagem de Judá, e de Bate- Seba. Construiu em seu reinado (1037-998 a. C.) edifícios governamentais e fez grandes obras no território sob seu domínio, incluindo a construção de cidades- armazéns e grandes muralhas e o primeiro templo para a nação adorar a Jeová, no monte Moriá. Tornou-se um grande comerciante mundial, sua renda anual em ouro era US$ 256,643,000. Não só era o rei mais rico de sua época como também era um rei sábio, tornando a nação próspera e feliz. Também era um admirador das artes, possuía em sua casa e no templo harpas e instrumentos de corda e escreveu alguns Salmos, Provérbios e Eclesiastes (livros bíblicos). Amava muitas mulheres, e dentre suas esposas estava uma filha de Faraó. No fim de sua vida, tinha 700 esposas e 300 concubinas (Gênesis 3: 20).
O famoso cântico é um poema idílico, inserido na poesia hebraica do século XI a.C. Salomão retrata a história de quando não conseguiu impressionar e conquistar uma jovem simples por quem se enamorou. O poema possuí três personagens principais: Salomão, a sulamita e um pastor. A história se passa, inicialmente, perto de Suném, ou Sulém (atual Sulam), terra natal da sulamita, onde Salomão está acampado com sua comitiva e para onde a sulamita vai à procura de seu amado pastor. Salomão a detém em seu acampamento e a leva para Jerusalém, para onde o pastor vai, seguindo sua amada. Num momento raro da literatura, o autor relata as belas juras de amor da sulamita, do pastor e dele mesmo e o desfecho - Salomão a deixa partir, reconhecendo seu fracasso em conquistá-la e, nos versos, eterniza a sublime união do pastor com sua amada sulamita.
Em vários momentos Salomão escreve em voz feminina, da sulamita, expressando o grande amor que ela sentia pelo pastor e a recusa de unir-se a Salomão. Usa a voz feminina mas não deturpa a história para mostrar mais uma conquista; com honestidade, mostra admiração por aquele grande amor e pela firmeza da sulamita.
A expressão hebraica para mulher, 'ish.sháh, significa literalmente "homem feminino". A sociedade israelita dos tempos bíblicos era patriarcal, na qual a mulher era criada para casar e ter filhos e era vista como ajudadora para o homem; nas Escrituras Hebraicas, a primeira mulher da humanidade chama-se Eva, que em hebraico, Hhaw.wáh, tem o significado de vida ou vivente, porque ela tornar-se-ía " mãe de todos os viventes"8 . A mulher hebréia deveria servir a Deus em primeiro lugar e, depois, obedecer ao marido e instruir os filhos. As moças eram treinadas na arte de cozinhar, tecer e administrar a casa. Mas, embora fosse o pai que escolhesse a esposa para o filho, a mulher podia expressar sua vontade e não se tornava uma esposa calada, tinha liberdade para se expressar com o marido e às vezes ajudava-no a tomar decisões. Possuía seus direitos e deveres dentro da Lei, por exemplo, a Lei aplicava-se igualmente tanto aos homens como às mulheres culpados de adultério, já que a poligamia era regulamentada, e elas podiam participar dos benefícios dos sábados e nas festividades. A Lei também ordenava que ambos, o pai e a mãe, fossem obedecidos. É a esta sociedade que o poeta Salomão pertencia.
As cantigas de amigo
As cantigas de amigo são um tipo dentre as cantigas do Trovadorismo, poesias feitas para serem entoadas nas ruas acompanhadas por música. Compostas por trovadores, cantadas por eles mesmos ou apenas por cantores, os jograis; assim eram as cantigas portuguesas do século XIII.
No início deste século, Portugal vivia, sob o reinado de D. Afonso II, um período de desenvolvimento comercial e expansão econômica e a consolidação de uma sociedade extremamente religiosa católica e com resquícios e influências do domínio árabe na região. Já no final do século, o rei D. Dinis incentivou a cultura nacional, determinando que os documentos oficias fossem escritos em português e não mais em latim e criando a primeira universidade portuguesa, a Universidade de Coimbra.
Na literatura medieval havia a poesia lírica francesa, escrita em provençal, a poesia ibérica épica, em castellano, e a poesia ibérica lírica, em galego- português; é a esta última que as cantigas de amigo pertencem. Estas possuem um caráter local e, por comunicarem-se por via oral, são rítmicas e versificadas.
As cantigas de amigo eram compostas por homens usando a voz feminina, tratavam de temas femininos, como o da mulher só, cujo "amigo" (amado/amante) foi para a guerra ou para o mar, o da mulher abandonada e o da mulher feliz. Estas cantigas, provavelmente, são influência da literatura árabe, na qual um gênero de cantares é a regueifa, que usa temas femininos, escritos por homens como se fossem mulheres. Na maior parte das cantigas os trovadores usam a voz da mulher para transmitir o ponto de vista masculino sobre sentimentos e atitudes femininos e ironizar a mulher que tentava transgredir os padrões sociais, usando o tema do amor, da coita (ou sofrimento) e da morte por amor.
Na sociedade portuguesa do século XIII as mulheres, mesmo as damas da corte, não tinham um papel importante, ou mesmo um papel, na produção intelectual. A maioria delas nem sabiam ler e escrever, viviam para criação dos filhos e cuidar do marido, escolhido por seus pais, muitas vezes por interesses econômicos, eram mulheres mudas social e intelectualmente, não tinham o direito de expressar o que sentiam ou o que achavam sobre o mundo. Tinham apenas o dever de serem obedientes esposas e fervorosas católicas.
O pouco que sabemos sobre como, realmente, eram é por mulheres que desobedeceram a sociedade, como as trobairitz francesas, que dominaram a escrita e penetraram no mundo intelectual, escrevendo trovas e contos que demonstraram que as mulheres sentem, desejam e lutam pelos seus homens.
As poesia do século XIX
Trato aqui de poesias escritas por mulheres no Brasil do século XIX. Inseridas em um contexto intelectual essencialmente masculino. Época dos grandes escritores do Romantismo que em sua obras resgatavam mitos nacionais, criticavam a sociedade burguesa e mostravam sua visão do mundo através da história de grandes e marcantes personagens femininas: burguesas e mulheres simples que entraram para a história da literatura da literatura brasileira como retratos de uma época; retratos pintados por homens inseridos em uma sociedade machista.
Sociedade que cultivava nas mulheres os valores essenciais: donas- de- casa exemplares, mães dedicadas, zelosas católicas e habilidosas bordadeiras, grandes damas da sociedade etc. Enquanto qualidades consideradas masculinas, como escrever e participar da política, eram socialmente vetadas; a elas cabia apenas o papel de ler os folhetins.
O Brasil da época crescia com o café e nele também crescia o gosto pelos salões do império ao mesmo tempo que o sonho da república. Grandes políticos e jornais começaram a incentivar a criação da república e a defender o fim da escravidão. E mulheres corajosas passaram a defender em artigos de jornais e revistas femininas o direito ao voto.
Sempre existiram mulheres que enfrentaram a sociedade de sua época e, no século XIX no Brasil, grandes poetisas expuseram seus sentimentos e suas opiniões em sonetos, quadras, liras, em fim, em versos. As poesias selecionadas são de mulheres escrevendo em primeira pessoa sobre suas ilusões e desilusões amorosas e declarando seu amor a um desejado homem. São poesias com as características marcantes do Romantismo, só que escritas por mulheres que nos deixaram uma amostra de quem elas realmente eram.
As relações
A relação da mulher com a natureza e com uma amiga é similar no Cântico de Salomão e nas cantigas de amigo. No Cântico a sulamita conversa com as mulheres de Jerusalém e com algumas damas da corte de Salomão, sempre numa relação de confidência; e em algumas cantigas vemos a mulher falar do amigo com a mãe e receber conselhos dela. Tomemos como exemplo este trecho em que a sulamita fala sobre si mesma às mulheres de Jerusalém: “Sou uma moça preta, mas linda, ó filhas de Jerusalém./ Se tu não sabes, ó mais bela entre as mulheres, sai tu mesma nas pegadas do rebanho e apascenta tuas cabritinhas.” (CÂNTICOS, 1: 5). Também, Joam Garcia de Guilhade, trovador da segunda metade do século XIII, que pertencia à pequena nobreza portuguesa e tem em sua obra 21 cantigas de amigo, em uma das cantigas diz na voz da mulher: “Quer’eu amigas, o mundo loar/por quanto bem mi nostro Senhor fez: /fez-me fremosa e de mui bom prez,/as faz meu amigo muit’amar” (VIERA, 1987: 109). Continuando na relação cantiga- Cântico destaco duas declarações a homens amados- uma feita pela sulamita a seu pastor e outra por um eu- lírico duma cantiga- a sulamita exclama: “ Beije-me ele com os beijos da sua boca. Teu nome é como um óleo que se despeja. Por isso é que te amaram as próprias donzelas” (CÂNTICOS, 1: 2,3). E recebe a resposta: “Como lírio entre as plantas espinhosas, assim é minha companheira entre as filhas.” (CÂNTICOS, 2: 2) Agora o trovador canta: “Tal vai o meu amigo/com amor que lh’eu dei,/come cervo ferido” (VIERA, 1987: 103). E ouve a advertência: “E guardade-vos, filha,/ ca ja m’eu atal vi/ que se fezo coitado/ por guaanhar de mim.” (Idem, Ibidem) encontrando uma resposta muda de seu amado.
Nas cantigas de amigo, nas poesias do século XIX e no Cântico de Salomão é marcante a presença da natureza, atuando como protetora e amiga ou servindo para descrever o ser amado. Infelizmente a natureza também é usada para ironizar- em uma das cantigas a mulher dialoga com um papagaio, que abre seus olhos quanto a que foi abandonada. Falo de uma cantiga do rei de Portugal (1279-1325), Dom Dinis, que procurou seguir uma política de proteção e desenvolvimento da cultura e compôs, dentre outras, 51 cantigas de amigo: “Amigo loução,/que faria per amores / pois m’erraste tam em vão?/Ai Santa Maria,/que será de mim agora?” “E o papagai dizia: bem, per quant’eu sei, senhora” (Idem, p. 129). A mulher pede ajuda e conselhos a um papagaio e o pede que a entregue à morte: “Ca na morte m’é esta vida” “Diss’el: senhor comprida/ de bem, e non vos queixedes,/ ca o que vos há servida,/ ergued’olho e vee-lo-edes” (Idem, Ibdem). Ao lermos as poesias de brasileiras do século XIX, entramos em uma cena bucólica, sofrendo ainda bastante influência do Arcadismo, embora já estejam no Romantismo. A poeta mineira, Beatriz Brandão- prima da Maria Dorotéia de Seixas ( a cantada Marília de Dirceu), casada, que, embora tenha recebido apenas noções de letras e música, “aprendeu por si mesma, no silêncio do seu gabinete, as regras de poetizar e de escrever a gosto, e depurada crítica sobre matérias, que pareciam vedadas à delicadeza do seu sexo”- em um dos seus poemas, muitos deles publicados no Parnaso Brasileiro, diz: “Suave murmura a fonte/Os brandos ramos se movem,/Ao longe as vozes da Serrana e do Pastor./Abre a rosa matutina/O virgínio rubro seio,/Do Zéfiro doce enleio/Meiga negaça de Amor” (MUZART, 2000: 92). E à bela sulamita é feita uma das mais belas descrições, aliás duas, pois é descrita pelo pastor e por Salomão; e também se expressa descrevendo seu amado. O pastor elogia: “Teus olhos são os das pombas, atrás do teu véu. Teu cabelo é como uma grei de caprídeos. Teus dentes são como uma grei de ovelhas recém- tosquiadas que subiram da lavagem. Teus lábios são como fio escarlate e tua fala é deleitável. Teu pescoço é como a torre de Davi. Teus peitos são como duas crias gêmeas duma fêmea de gazela, que pastam entre os lírios.” (CÂNTICOS, 4: 1-5) Note que o pastor não só admira seus atributos físicos, mas também o que ela fala, sua personalidade.
Outra marca dos três textos é a presença de Deus, o clamor a ele por ajuda ou a acusação de culpa pelo sofrimento do eu-lírico: o Cântico faz apenas uma referência, mas esta é marcante: “O amor é tão forte como a morte. Suas labaredas são as labaredas de fogo, a chama de Jah[Jeová]. Mesmo muitas águas não são capazes de extinguir o amor, nem podem os próprios rios levá-lo de enxurrada” (CÂNTICOS, 8: 6,7). A sulamita também enaltece seu Deus por seguir Sua lei e manter-se íntegra e fiel a seu amado, com quem tinha um compromisso. Já nas cantigas o trovador retrata uma mulher que culpa a Deus por estar apaixonada e que se resigna diante do que entende ser a vontade divina, desistir de um amor proibido ou conformar-se com o abandono e a solidão. Em uma cantiga de Martim Codax, jogral galego que tem em seu repertório apenas cantigas de amigo, a mulher recorre às ondas do mar e invoca a Deus: “Ondas do mar de Vigo,/ se vistes meu amigo!/e ai, Deus, se verrá cedo!” (VIERA, 1987: 107). Também, em outra composição de Dom Dinis, lemos uma mulher abandonada que exclama a Deus e pede às flores notícias de seu amigo: “Ai flores, ai flores do verde pino/ Se sabedes novas do meu amigo,/aquel que mentiu do pôs comigo?/Ai Deus, e u é?/ Vós me perguntades polo voss’amigo/ e eu bem vos digo que é san’ e vivo.” (Idem, p. 127)
Agora vejamos as denúncias das brasileiras do Romantismo; expressam com profundidade seus sentimentos ao questionarem: se Deus é a fonte do amor e é culpado por amarem, por que esse amor não pode se realizar, por que estão erradas em amar, que Deus cruel é esse, que dá o amor mas o impede de acontecer? Muitas chegam a conclusão de que quem as encerra não é Deus, mas os interesses da sociedade; isto denunciaram as damas da alta sociedade brasileira do século XIX, que se viam obrigadas a casar por interesses familiares (econômicos) e eram apontadas quando transgrediam os padrões morais e sociais. Leremos trechos de poemas nos quais Beatriz Brandão expressa sua angústia: “Justo Deus, quando criaste,/A sensível raça humana,/Quando o pomo lhe vedaste,/Vedaste também o amor?/Se é crime a doce paixão,/Não és deste crime o autor?/Tu os sentidos nos deste,/Tu nos fizestes sensíveis: /E de paixões invencíveis/Nos entregaste ao furor?/ Leis humanas atropelam/Tuas santas leis augustas: /Formalidades injustas/Nos regem a seu sabor./Ambição, vil interesse,/Caprichos, preocupações,/Escravizam corações,/ Que nasceram para amor” (MUZART, 2000: 102, 103). Delfina da Cunha- gaúcha, cega desde a infância, primeira mulher brasileira a editar um livro de poesias, órfã que viveu de um auxílio de D. Pedro I e de realizações de espetáculos teatrais em seu benefício- concretiza a expressão da contemporânea: “Se este Deus tão sup’rior/Viveu sujeito à paixão,/Como há de meu coração/ Libertar-se deste mal,/Se o amor com arma fatal/Combate a minha razão” (Idem, p. 124). Provavelmente a poeta escreve para Manuel Marquês de Souza, por quem sentia uma paixão secreta, um silencioso amor platônico.
Os desfechos destas histórias de amor são diferentes:
Salomão declama sua derrota e a sublimação do amor pastoril da simples sulamita: “Corre meu querido, e faze-te igual à gazela ou à cria dos veados sobre os montes de especiarias.” (CÂNTICOS, 8: 14)
Os trovadores descrevem uma mulher que ama e não é correspondida ou que talvez o seja até ser abandonada. Martim Codax etrata uma mulher que chama, que propõe, mas que não recebe resposta: “ Quantas sabedes amar amigo/treides comig’a lo mar de Vigo/e banhar-nos-emos nas ondas.” (VIERA, 1987: 108) O ser amado é mudo e não ouvimos sua resposta.
As poetisas expõem a sua impossibilidade social de perpetuarem seu amor ou a angústia diante do amor solitário e seu sofrimento. A carioca Serafina Pontes, praticamente cega, expressa em seus versos profunda tristeza: “Partiste! Só me deixaste,/Sem de mim ter compaixão./Vou morrer, pois já não posso/Suportar tanta aflição!/Infeliz! Tu não me amas,/Nem sequer tem dó de mim!” (MUZART, 2000: 465). Delfina da Cunha também proclama: “Mas ai e mim! Se acaso por meu dano/Em teu sensível peito houve mudança,/Extingue com a vida o mal tirano.” (Idem, p. 125) E em um soneto completa: “Minha alma loucamente o adorava: / Quem ama como eu, tarde presume / Que amar não deve, que seu mal agrava./Quem jamais tanto amou não sendo amada” (Idem, p. 143). Mas também mostram amores felizes: “Meu coração palpita acelerado,/Exulta de prazer, de amor delira./O meu Tirce de mim vive lembrado,/Saudoso, como eu, por mim suspira;/A amorosa expressão do bem amado!” (Idem, p. 90)
Por não poder facilmente realizar seu amor, a baiana Idlefonsa Laura César- de família ilustre e que, antes de seu casamento legal com outro homem, viveu com um estudante de medicina com quem teve uma filha- demonstra em uma lira inveja da pastora: “Quanto invejo da pastora/o viver simples e bom!/Cheirosas flores enrama para as dar ao seu amor./Não fazem sua fortuna/vãs ilusões de grandeza.” (MUZART, 2000: 151)
Já, Maria Firmina dos Reis, em um poema intitulado Sonho ou Visão?, descreve: “Nas sombras da noite/Eu sinto teus lábios/Roçar minhas faces/Roçar no meu peito/Que falas mais alto/que juras ardentes,/Que votos de amor./Então eu desperto/Do sonho - ou visão.” (Idem, p. 255)
Delfina da Cunha resume numa quadra os sentimentos destas corajosas mulheres que desafiaram a sociedade de sua época: “Gosto de amar; vou amando,/Confesso minha fraqueza;/O crime não é só meu,/É também da natureza.” (Idem, p. 136)
Numa expressão que dá a volta às humilhações sofridas pelas mulheres, no poema Desilusão, Serafina Rosa Pontes pede desculpas a um jovem por não amá-lo mais, por tê-lo abandonado: “Desculpa, jovem, se de amar-te deixo./Não compreendeste meu amor tão terno,/Vai pro inferno não te quero amar./Ingênua amei-te por te crer um anjo,/És um marmanjo não te quero amar./Criei juízo, não te quero amar.” (Idem, p. 464)
Bibliografia
BRITO, Ênio José da Costa & GORGULHO, Gilberto da S. Mulheres e poder religioso: Uma crítica feminista ou "A natureza problemática do óbvio" . In: --- (Org.). Religião Ano 2000. São Paulo: Loyola, 1998, p. 144.
CÂNTICOS de Salomão. Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas. 3ª ed. São Paulo: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1986
Estudo Perspicaz das Escrituras. São Paulo: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1990.
MACEDO, José Rivair. A Mulher na Idade Média. São Paulo: Contexto, 1990.
MUZART, Zahidé Lupinacci (org.). Escritoras Brasileiras do Século XIX. 2ª ed. Santa Catarina: Mulheres (EDUNISC), 2000.
MUZART, Zahidé Lupinacci (org.). Escritoras Brasileiras do Século XIX. 2ª ed. Santa Catarina: Mulheres (EDUNISC), 2000.
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SARAIVA, Antônio José. História da Literatura Portuguesa I- Das origens ao Romantismo. Lisboa: Estúdios Cor, [s/d.].
SARAIVA, José Hermano. Breve História de Portugal. Bertrand, Lisboa, 1981.
SOIHET, Rachel. Sutileza, Ironia e Zombaria. In: MURARO, Rose Marie & PUPPIN, Andrea Brandão (org.). Mulher, Gênero e Sociedade. Rio de Janeiro: Relume Dumara, 2001, p. 99-111
Toda a Escritura é Inspirada por Deus. 2 ed., São Paulo, Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1990, p. 115-117
VIERA, Yara Frateschi & MOISÉS, Massaud (dir.). Poesia Medieval. São Paulo: Global, 1987.
VIERA, Yara Frateschi & MOISÉS, Massaud (dir.). Poesia Medieval. São Paulo, Global, 1987
VIERA, Yara Frateschi & MOISÉS, Massaud (dir.). Poesia Medieval. São Paulo, Global, 1987,p.103. Cantiga de Pero Meogo, clérigo galego que só compôs cantigas de amigo, nove.


Fonte:  http://www.filologia.org.br/viicnlf/anais/caderno09-29.html

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

PAI - NOSSO - ARAMAICO

(Está escrita em aramaico, numa pedra branca de mármore, 
em Jerusalém, Palestina, no Monte das Oliveiras, na forma que era invocada pelo Mestre Jesus.)

Pai-Mãe, respiração da Vida,
Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos!
Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós
Para que possamos torná-la útil.

Ajude-nos a seguir nosso caminho
Respirando apenas o sentimento que emana do Senhor.
Nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu,
para que caminhemos com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo, sejam um só, em toda a Luz,
assim como em todas as formas, em toda existência individual,
assim como em todas as comunidades.
Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,
pois, assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a
aparência das coisas do mundo nos iluda,
E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.
Não nos deixe ser tomados pelo esquecimento
de que o Senhor é o Poder e a Glória do mundo,
a Canção que se renova de tempos em tempos
e que a tudo embeleza.
Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações.

Que assim seja !!!

A Mulher Judia e o Brasil Colônia.

Da Vila Algarvia de Castro Marim, no sul de Portugal (Algarves), os reis de Portugal enviaram ao Brasil muitas das mulheres judias convertidas, tendo estas ainda o dever de utilizar uma peça de tecido na cabeça, chamada de “sambenito (3), ou túnica penitencial”, que comprovavam a aceitação da “nova religião” e que as identificavam; dessa maneira, acreditavam eles, que estavam enviando ventres para dilatar e expandir o sangue luso no Novo Mundo.

De certo modo, este fato dá fé ao fundamento judeu, donde se afirma que sendo judeus os ventres que vêm dar fundamento à lusa-brasilidade, de direito e de fato, deu origem também a um país quase judeu, não fosse a miscigenação havida à posteriori. E as mulheres judias aqui aportaram, antes dos colonizadores utilizarem os ventres das índias e das africanas.

As mulheres portuguesas, à essa época, ficavam anos sem ver ou ter notícias de seus rebentos varões e amados. Muitas delas passavam dias e dias olhando o mar, com a esperança de ver os navios que trariam seus queridos. Dessa época é também donde surgiu a expressão “ficar a ver navios”!

Nos primeiros noventa anos do Brasil, a lusa-brasilidade nos deu colonos como Cosme Fernandes, em Cananéia; João Ramalho (Santo André da Borda do Campo), Afonso Sardinha (São Vicente); sendo que os dois últimos acabaram vindo para a Vila de São Paulo dos Campos de Piratininga, onde fundaram o Poder Colonial, baseado na procriação para dilatar o sangue luso no sudeste da Província de Santa Cruz, que como sabem, foi um dos nomes com que os lusos batizaram o Brasil.

Nos primeiros cem anos de colonização, a Mulher judaica que foi desterrada para o Brasil, serve às intenções do Estado português por um lado, pois realmente se expandiu o sangue luso com o aumento da população; por outro lado, a Mulher judaica ajudou na formação de um espírito de liberdade social que se opõe aos interesses luso-vaticanos, pois mesmo no Novo Mundo, elas continuam a ser o “eixo” da tradição religiosa e mercantil do Judaísmo que colabora com a abertura do Brasil Continental, que sob a égide dos jesuítas, só acontece porque é financiada pelos judeus desejosos de liberdade. Sob o ponto de vista de Macedo (autor), “...a alma lusófona ganha força ultramarina com a Mulher judaica”.

Assim, as mulheres judias suportam a retaguarda dos grandes comerciantes, administrando as suas terras, suas casas, seus escravos e os conchavos políticos. Dentre estas mulheres, estava Maria Gonçalves, mulher de Afonso Sardinha – o velho- que administrava os bens da família, ou seja, a maior fortuna do Brasil. Suas propriedades estendiam-se desde o Pico do Jaraguá, Carapicuíba, Butantã e as minas de Byturuna, Byraçoiaba e Guaru (hoje Quitaúna, Araçoiaba e Guarulhos).

Curioso notar que o “bandeirante” Antônio Raposo Tavares vivia em Quitaúna; até hoje é preservada a “ermida”, espécie de capela, erigida por ele ou a seu mando. Obviamente que tal “relíquia” fica dentro de um quartel e isso ajuda na preservação. Parece-me que Raposo Tavares, quer pelo nome, quer pela propriedade em região onde Afonso Sardinha mandava, também era judeu.

Maria Gonçalves administrava tudo isso, enquanto que ”o velho” embuchava ameríndias e africanas; ela extrai e vende ferro, prata e ouro; ele domina a vereança, sendo que em 1592, ele se nomeia “Capitão das Gentes de Guerra da Villa”, e assim seu poder foi seguindo até o fim de seus dias e os dela também.

A história conta que o Marquês de Pombal, em 1555 anulou a jurisdição dos jesuítas, que perderam o poder político e riquezas, distribuídas em sessenta aldeias do Pará e do Maranhão, administradas por religiosos das Mercês, Carmelitas, Capuchinhos e pela Companhia de Jesus.

Segundo pesquisadores, na época que os jesuítas caíram em desgraça, somavam de 550 a 610 religiosos no Brasil. Alguns historiadores garantem que, quem realmente extinguiu a Companhia de Jesus, não foi Pombal, mas sim o Papa Clemente XIV, em 1573. Só a partir daí, os judeus puderam novamente se organizar.

Do ponto de vista judeu, segundo o escritor e historiador Pablo Link, no judaísmo, fora da sinagoga e dos atos puramente religiosos, os homens não têm mais privilégios do que as mulheres; cada sexo é a criação suprema em sua própria esfera. Segundo nos é narrado na Bíblia, tanto o homem como a mulher foram criados por Deus à sua imagem e semelhança, ambos com autoridade para dominar as forças da Natureza.

O “Midrash” enfatiza particularmente que Adão foi criado do barro; no entanto, Eva foi concebida da costela do homem; portanto de um elemento superior, portanto todas as mulheres possuem um entendimento superior e uma intuição refinada, qualidades ausentes nos homens.

Tais qualidades devem formar a “pedra angular” do casal e do lar, sendo a mulher a guardiã da família e, por conseguinte, a mais sagrada instituição na evolução dos povos. É tamanho o respeito pela mulher judia, que os Patriarcas judeus: Abraão, Isaac e Jacó, têm o mesmo respeito e devoção que são dedicados às Matriarcas judias; Sara, Rebeca, Raquel e Lea. Ainda são lembradas: Miriam (anti-escravagista); Débora (juíza e comandante das forças na guerra da independência do povo de Israel) e Huldá, profetiza legítima.

A posição da mulher na sociedade judia, foi definida em todos os seus detalhes no “Talmud” (4). Coube à mulher judia, a tarefa de santificar o lar no que se refere às leis da castidade, as quais devem ser observadas por homens e mulheres com um rigor absoluto e escrupuloso.

Nessa tarefa, a influência espiritual é de tal magnitude, que os sábios prescreveram o seguinte princípio: “Ama tua mulher como a ti mesmo e honre-a ainda mais que a ti mesmo.

Não faças uma mulher chorar, porque Deus conta as suas lágrimas. Todo homem que se casa com uma boa mulher, é como se tivesse cumprido todos os preceitos da Torá (5)”. Mas, a posição da mulher judia e o respeito que gozam no judaísmo, não se limita a aforismos, por mais belos que sejam; de fato, a mulher ocupa o lugar central da família. Todos os deveres das mulheres judias, no lar ou na sociedade são, portanto, deveres sagrados; mesmo aqueles simples afazeres domésticos, como os mais complicados, como aqueles de fundo religioso.

SALOMÃO


O ”Livro dos Provérbios”, atribuído ao rei Salomão, define o protótipo da mulher judia, nos “Provérbios XXXI: 10 a 31”; quando descreve magistralmente a Eshet Jayil, a “Mulher Formosa”, fazendo-a crer virtuosa, tal como é e deve ser no seio da família.

Salomão aconselha que o marido judeu, ao voltar da sinagoga às sextas feiras à noite, deve recitar o capítulo de vinte e duas estrofes em honra de sua mulher; com isso, brinda também o ambiente com um aroma poético.

Fonte de muita inspiração, esse tão belo poema está aqui reproduzido. O leitor há de convir que a tradução final em Português, feita pelo ACAS a partir do idioma Espanhol é o texto em Espanhol traduzido por Pablo Link a partir do texto em Hebreu; portanto é possível que algumas traduções não sejam tão fiéis ao original de Salomão. Minha tradução é “livre” e com licença poética, com o fito de informar.

Eis o texto:

Salmo 10

Quem crer que uma mulher é tão formosa,

Cujo valor supera as pedras preciosas.

 
Salmo 11

Confia nela o coração de seu marido,

E assim ela nunca estará em apuro.

Salmo 12

Retribua a ela sempre bem; não mal,

Todos os dias de sua vida.

Salmo 13

Ela teceu lindo com lã e linho,

E suas mãos trabalham com primor e vontade.

Salmo 14

Assim como os navios mercantes,

De longe trouxe seu pão.

Salmo 15

Levantou-se ainda era noite,

Para dar de comer à sua família,

E também para suas criadas.

Salmo 16

Percorreu um campo e o comprou,

E plantou vinhas com suas próprias mãos.

Salmo 17

Fortaleceu seus ombros,

E energizou seus braços.

Salmo 18

Percebeu a qualidade de sua mercadoria,

E suas lamparinas jamais se apagam na noite.

Salmo 19

O fuso dança em suas mãos,

E a roca, suas mãos manejam.

Salmo 20

Ao pobre estende sua mão,

Ao menosprezado, suas mãos alcançam.

Salmo 21

Por sua família, não teme a neve,

Pois toda sua família está bem agasalhada.


Salmo 22

Faz tapeçarias para si,

De puro linho, é seu vestido.

Salmo 23

Seu marido é reconhecido no povoado,

Pois com os anciãos sábios se senta.

Salmo 24

Peças de linho, ela fez e as vendeu,

E as entregam amarradas com fitas, ao negociante.

Salmo 25

Fortaleza e dignidade são suas vestes,

E assim também o será, no dia seguinte.

Salmo 26

Com sabedoria abrirá sua boca,

A lei do carinho domina sua língua.

Salmo 27

Cuida pelas normas da casa,

Jamais come o pão sem motivo.

Salmo 28

Seus filhos se levantaram e a chamaram de bem-aventurada,

Seu marido, por isso mesmo, cobre-a com bênçãos.

Salmo 29

Muitas mulheres valentemente se portaram,

Mas tu as superastes, todas.

Salmo 30

Enganosa é a graça e vã a formosura,

A mulher que teme a Deus, abençoada seja.

Salmo 31

Dá-lhe do fruto de suas mãos,

Que abençoam nas portas de seus próprios feitos.

Glossário e/ou notas:

(1) Góis = gentis, pessoa do povo (sem conotação respectiva), define também alguém não judeu, simplesmente.

(2) Moshe Rabeinu = Moisés, o primeiro rabino judeu.

(3) Sabenito = conforme a descrição de um judeu, o sambenito é uma túnica com símbolos que identificam a pessoa que a usa como judeu. O uso do sambenito era obrigatório e o judeu que não usasse, era punido. Até recentemente, na Ilha de Malhorca (Espanha), os descendentes de cristão novos ainda o usavam.

(4) Talmud = série de comentários dos eruditos da Torá. A história diz que existiram dois “Talmuds”; o Talmud de Jerusalém (feito pelos sábios que não saíram de Jerusalém, após a destruição do Primeiro Templo); e o Talmud da Babilônia (feito pelos eruditos que foram para a Babilônia, após a destruição do 1º Templo). O Talmud de Jerusalém demorou 600 anos para ser terminado; o Talmud da Babilônia demorou 700 anos para ser completado. Passado todo este tempo, os comentários foram unificados e restou somente um Talmud, composto dos dois anteriores.

(5) Torá = pentateuco, ou os cinco livros do antigo testamento.



ACAS

Publicado no Recanto das Letras em 24/11/2008