quinta-feira, 7 de abril de 2011

Padrões: de Formatação

Como Fazer
Veja aqui artigos e dicas importantes para auxiliá-lo na sua vida acadêmica. Você pode ainda contribuir para essa página enviando suas sugestões para nosso e-mail, essas sugestões podem ser publicadas.

Veja Abaixo
       Fichamento
       Citação
       Referência

 
  Fichamento
É uma das fases da Pesquisa Bibliográfica, seu objetivo é facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais. Pode ser utilizado para:
  • Identificar as obras;
  • Conhecer seu conteúdo;
  • Fazer citações;
  • Analisar o material;
  • Elaborar a crítica;
  • Auxiliar e embasar a produção de textos;
Classificação de Fichamento:
  1. FICHAMENTO TEXTUAL - é o que capta a estrutura do texto, percorrendo a seqüência do pensamento do autor e destacando: idéias principais e secundárias; argumentos, justificações, exemplos, fatos etc., ligados às idéias principais. Traz, de forma racionalmente visualizável - em itens e de preferência incluindo esquemas, diagramas ou quadro sinóptico - uma espécie de “radiografia” do texto.
  1. FICHAMENTO TEMÁTICO - reúne elementos relevantes (conceitos, fatos, idéias, informações) do conteúdo de um tema ou de uma área de estudo, com título e subtítulos destacados. Consiste na transcrição de trechos de texto estudado ou no seu resumo, ou, ainda, no registro de idéias, segundo a visão do leitor. As transcrições literais devem vir entre aspas e com indicação completa da fonte (autor, título da obra, cidade, editora, data, página). As que contêm apenas uma síntese das idéias dispensam as aspas, mas exigem a indicação completa da fonte. As que trazem simplesmente idéias pessoais não exigem qualquer indicação.
  1. FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO - consiste em resenha ou comentário que dê idéia do que trata a obra, sempre com indicação completa da fonte. Pode ser feito também a respeito de artigos ou capítulos isolados, a arquivado segundo o tema ou a área de estudo. O Fichamento bibliográfico completa a documentação textual e temática e representa um importante auxiliar do trabalho de estudantes e professores.

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Citação
Citação é a menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte.
  • Objetivo da NBR-10520
Fixar as condições exigíveis para padronização e coerência da seguridade das fontes indicadas nos textos dos tipos de documentos (ABNT, 2002).
  • Tipos de citação
De acordo com a ABNT, as formas de citações mais conhecidas são: direta, indireta e citação de citação.
  • Citação direta, literal ou textual
Citações diretas, literais ou textuais: transcrição do trecho do texto de parte da obra do autor consultado.
Espaçamento 1,5cm
Tamanho = 12
 Exemplo :
Exemplo 2: A citação com menos de 4 linhas é colocada entre “aspas”
  • Citação indireta ou livre
Citações indiretas ou livres é o texto baseado na obra do autor consultado (uso de paráfrase).
Exemplo 1: Indicação do Autor no começo do texto citar em Caixa Baixa seguida da data
Citação de citação
  • Citação de citação é aquela em que o autor do texto não tem acesso direto à obra citada, valendo-se de citação constante em outra obra.
Exemplo 1: Indicação dos Autores separados pela expressão “apud” ou “citado por”
  • Citação de informação verbal
Os dados obtidos por informação oral (comunicação pessoal, palestras, apontamentos em aula, etc.) podem ser citados e suas referências aparecerão apenas em nota de rodapé.
Exemplo:
____________________
1 English, therefore, is not a good language to use when programming. This has long been realized by others who require to communicate instructions. (TEDD, 1977, p. 29).
  • No texto (comunicação pessoal):
VALE constatou que há indícios de cones de rejeição².
  • No texto (apontamentos em aula):
A Internet é vista como um grande meio de difusão dos aspectos da globalização³.
  • Formalização da citação
Para formalizar uma boa citação, sugerimos algumas formas para iniciar um parágrafo no texto acadêmico. Veja:
Vale ressaltar que... / Em função disso... / A partir dessa reflexão, podemos dizer que... / É importante ressaltar que... / Com base em (autor) queremos buscar caminhos... / É necessário, pois, analisar... / Nesse sentido, ressaltamos que... / Coaduna-se com essas reflexões (autor) quando ressalta que... / Posto que [a leitura é sempre produção de significados], consideramos que... / Daí a necessidade de... / Podemos inferir, com (autor) que... / Assim, entendemos que... / Dessa perspectiva... / Dessas acepções, podemos ressaltar que... / Disso decorre... / Assim sendo, salientamos que... / A partir desses levantamentos, cabe-nos... / Contudo, ressalta (autor) que... / Podemos compreender, com base em (autor) que... / Tais afirmações vêm de encontro ao que queremos... (no sentido de choque) / Os estudos desses autores vêm o encontro de nossos anseios, no sentido de mostrar que... (para somar) (ECKERT-HOFF1, 2001 apud FACULDADES NETWORK, 2002).

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Referência
Referência é conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite a sua identificação individual. (NBR 6023, 2002, p. 2).
ELEMENTOS DA REFERÊNCIA
  • Autor da obra
Inicia-se a referência pelo Sobrenome do autor em maiúsculo, seguido pelo nome. Emprega-se vírgula entre sobrenome e nome.
Ex.: GARCIA, J.
Quando a obra possuir até três (3) autores, indicam-se todos, na mesma ordem em que aparecem na obra, emprega-se ( ; ) entre os autores.
Ex: GARCIA, Juarez; SILVA, Jorge; SOUZA, Standilau.
____________________________
1ECKERTT-HOFF, B. M.  Apostila de metodologia do trabalho científico. Nova Odessa: Fac. Network, 2001
GARCIA, J.; SILVA, J.; SOUZA, S.
Quando a obra possuir mais de três (3) autores, menciona-se o primeiro, seguido da expressão et al.
Ex.: GARCIA, J. et al.
Quando houver indicação de responsabilidade por uma coletânea de vários autores, a entrada deve ser feita pelo nome do responsável, (seguida da abreviatura entre parênteses).
Ex.: GARCIA, J. (Org.).
Indicação de parentesco no nome, manter a indicação em letra maiúscula.
Ex: BRITO FILHO, Dilermando.
AMATO NETO, Vicente.
Para entidades coletivas:
Órgãos de Administração governamental. (Ministério, Secretarias e outros).
Deve-se indicar a entrada pelo nome geográfico (País, Estado ou Município).
Ex.: BRASIL. Ministério da Saúde.
PARANÁ. Secretaria da Educação.
LONDRINA. Prefeitura Municipal.
Entidades independentes, empresas, universidades etc...
Ex.: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA.
CACIQUE CAFÉ SOLÚVEL.
IBGE.
Para publicações anônimas, entrar diretamente pelo título, sendo a primeira palavra impressa em maiúsculo.
Ex.: A VIDA como ela é.
  • Título da obra
O título deve ser reproduzido tal como aparece na obra, devendo ser destacado dos demais elementos da referência (negrito, itálico ou sublinhado).
- Subtítulo
Indica-se o subtítulo após o título, precedido por dois pontos (:). O subtítulo não deve ser destacado.
Ex.: Sistema de retroação e controle: aplicações para engenharia, física e biologia.
  • Edição
É indicada a partir da segunda edição, deve ser transcrita utilizando-se abreviaturas dos numerais ordinais, na língua do documento.
Ex: 2. ed.
5th ed.
  • Local
O local deve figurar na referência tal como aparece na publicação. Quando houver mais de um local, indica-se o que estiver em destaque ou aparecer em primeiro lugar. Quando não for mencionado, utilizar-se a expressão [S.l.].
  • Editora
Deve ser citada tal como aparece na obra. Quando possuir mais de uma editora,indica-se a que aparecer em destaque ou a que estiver em primeiro lugar. Suprimir as palavras, Editora, Ltda., Cia, etc...
Se a Editora não estiver indicada na obra, utilizar a expressão [s.n.].
  • Data
Quando houver dúvidas quanto à data
[2000?] Data provável.
[200 -] Para década certa.
[19 --] Para século certo.
[18 --?] Para século provável.
Obs.: Na ausência do local, editora e ano, abrir colchetes:
Ex: [S.l.: s.n., 19--].
[S.l.: s.n.], 1999.
São Paulo: [s.n., 19--].
ORDEM DOS ELEMENTOS DA REFERÊNCIA
  • Livro no todo
SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome./Título./edição./Local de publicação: Editora, ano.
EX: PINHO, Diva Benevides; VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de economia. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
Com indicação de volume
BITTAR, Carlos Alberto. Curso de direito civil. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1994. v.2 (volume citado)
Ou
BITTAR, Carlos Alberto. Curso de direito civil. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1994. 3v. (quantidade de volumes da obra).
  • Capítulo de livro
    • Com autoria especial (autor do capítulo diferente do autor do livro
SOBRENOME, Nome./Título do capítulo./In: SOBRENOME, Nome./Título do livro./edição./Local: Editora, ano. p. inicial-final.
Ex.: ARCHER, Earnest R. Mito da motivação. In: BERGAMINI, Cecília; CODA, Roberto (Org.). Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1997. p.23-46
    •  Sem autoria especial (quando o autor do livro for o mesmo do capítulo).
SOBRENOME, Nome. /Título do capítulo./In: ______./Título do livro./ edição./Local: Editora, ano./p. inicial-final.
Ex: FOUCAULT, Michel. A prosa do mundo. In: ______. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p.23-58.
    •  Com indicação de volume
RODRIGUES, Silvio. Da cláusula penal. In: ______. Direito civil: parte geral das obrigações. 28.ed. São Paulo: Saraiva, 2000. v.2, p.87-98
  • Artigos periódicos
SOBRENOME, Nome (autor do artigo)./Título do artigo./Nome da Revista, Local, v., n., p.inicial - final, mês ano.
Ex: PEIXOTO, Fábio. Sua empresa não quer fera. Exame, São Paulo, v.35, n.738, p.30-31, abr. 2001.
Obs.: abreviar o mês até a terceira letra, com exceção ao mês de maio.
  • Artigos jornais
SOBRENOME, Nome (autor do artigo)./Título do artigo./Nome do Jornal, Local, dia mês e ano./Caderno, p.
Ex: SILVA, Carlos José. O drama da economia. Folha de Londrina, Londrina, 23 abr. 1998. Caderno Economia, p.4.
  • Teses/dissertações/monografias
SOBRENOME, Nome./Título do trabalho./Ano./ Natureza do Trabalho (Nível e área do curso) - Unidade de Ensino, Instituição, Local.
Ex: MONTAGNA, Adelma Pistun. Expressões de gênero no desenho infantil. 2001. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.
  • Documentos meios eletrônicos
    •  Páginas da Internet
SOBRENOME, Nome./Título da página./Disponível em:<http:/www.editora.com.br>. Acesso em: 23 maio 2001.
Ex: CALDAS, Juarez. O fim da economia: o começo de tudo. Disponível em: <http:/www.caldasecon.com.br>. Acesso em: 23 abr. 2001.
    •  Artigos de periódicos (Internet)
SOBRENOME, Nome./Título do artigo./Nome da Revista, Local, v. , n. , mês ano. Disponível em: <http:/www.editora.com.br> . Acesso em: 23 maio 2001.
Ex: BAGGIO, Rodrigo. A sociedade da informação e a infoexclusão. Ciência da Informação, Brasília, v.29, n.2, maio/ago. 2000. Disponível em:
<http:/www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah>. Acesso em: 11 jun. 2002.
    •  E-mail
SOBRENOME, Nome (autor da mensagem). Título da mensagem. [mensagem pessoal] Mensagem recebida por <endereço destinatário> data.
Ex: SILVA, Mário. Informações eletrônicas [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <stujur@uol.com.br> em 11 jun. 2002.
    •  CD-ROM
Ex: RIO DE JANEIRO. Prefeitura Municipal. Subsecretaria de Desenvolvimento Institucional. Organização básica do poder executivo municipal. Rio de Janeiro: Unisys Brasil, 1996. CDROM.
  • Documentos jurídicos: leis decretos e portarias
BRASIL. Decreto-lei n° 2423, de 7 de abril de 1998. Estabelece critérios para pagamento de gratificações e vantagens pecuniárias as titulares de cargos e empregos da Administração Federal direta e autárquica e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 8 abr. 1998, p.6009, Seção 1, pt.1.
    • Jurisprudência (Acórdãos e demais Sentenças das Cortes ou Tribunais)
AUTOR (entidade coletiva responsável pelo documento). Nome da Corte ou Tribunal. Ementa (quando houver). Tipo e número do recurso (apelação, embargo, habeas corpus, mandado de segurança, etc.). Partes litigantes (precedida da palavra Apelante/Apelada). Nome do relator precedido da palavra "Relator". Local, data. Dados da publicação que publicou. Voto vencedor e vencido, quando houver.
BRASIL. Tribunal Regional Federal (5.Região). Apelação cível nº 42.441-PE -(94.05.016-6). Apelante: Edilemos Mamede dos Santos e outros. Apelada: Escola - Técnica Federal de Pernambuco. Relator: juiz Nereu Santos. Recife, 4 de março de 1997. Lex: Jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v.10, n.103, p.558-562, mar. 1998.
    • Constituição
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 27.ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
    • Código
BRASIL. Código civil. Organização dos textos de Maurício Antônio Ribeiro Lopes. 5.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
  • Verbetes dicionário/enciclopédia
EMPIRIOCRITICISMO. In: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: M. Fontes, 2000. p.326.
  • Trabalho apresentado em evento
AUTOR./Título do trabalho./In: NOME DO EVENTO, n., ano, Local. Anais.../Local de publicação: Editora, ano./p.
Ex: GARCIA, Flávio. A zoologia aplicada no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 34., 2002, Itajaí. Anais... Itajaí: UNIVALI, 2002. p.54-67. 
  • Bíblia
BÍBLIA. Idioma. Título da obra. Tradução ou versão. Local: Editora, Data de publicação. Total de páginas. Notas (se houver).
BIBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução por Padre Francisco Zbik. Rio de Janeiro: Paumape, 1980.
FONTE: Material extraído (RIBEIRO, 2008)

Fichamento de :Glosas Críticas Marginais ao Artigo "O Rei da Prússia e a Reforma Social". De um prussiano.Karl Marx

Universidade Federal de Alagoas- UFAL.
Instituto de Ciências Sociais – ICS.
Disciplina de Ciência Política 5.
Profª Belmira Magalhães
Aluna: Márcia Regina Barbosa da Silva


Glosas Críticas Marginais ao Artigo
"O Rei da Prússia e a Reforma Social". De um prussiano.Karl Marx
7 de Agosto de 1844


O texto trata de como os governos da Inglaterra, França e Prússia estavam lidando ou tentando eliminar a miséria causada pelo caus da economia burguesa. Caus este derivado de uma péssima relação administrativa tanto burguesa como do Estado que negligencia suas responsabilidades. Para exemplificar as situações fala-se sobre o Governo da Prússia e a defesa de um prussiano sobre o comportamento de seu rei no jornal, as mudanças necessárias para resolver os problemas e a explanação de como o Estado deve portar-se para evitar e solucionar tais situações.
Márcia Regina Barbosa da Silva.


O assim chamado prussiano começa referindo-se ao conteúdo da ordem do gabinete do rei da Prússia sobre a insurreição dos trabalhadores silesianos e à opinião do jornal francês La Refórme sobre a ordem do gabinete prussiano.
La Refórme afirma que a ordem dedo gabinete real de oprimir a revolta da massa de trabalhadores (tecelões) é menos perigosa pelo fato de não ser necessário um exército para sufocá-la. Levando se em consideração o Caos causado pela péssima administração dos distritos industriais e da miséria parcial que colocava em risco toda a sociedade alemã
Se faz necessário que o inteligente prussiano compare a revolta dos tecelões silesianos com as revoltas dos operários ingleses e os tecelões silesianos lhe parecerão tecelões fortes. O suposto prussiano nega o "terror" do rei, entre outras coisas, porque bastaram poucos soldados para liquidar os frágeis tecelões.
Em uma relação geral da política com os males sociais, poderemos esclarecer que a revolta dos tecelões não causaria nenhum "terror" particular ao rei. Pois a revolta não era dirigida diretamente contra o rei da Prússia, mas contra a burguesia.
O nosso "prussiano" é ainda mais infeliz quando nega que o "sentimento religioso" seja a fonte da ordem do gabinete real.
"Num país não-político como a Alemanha", responde o prussiano, "é impossível compreender que a miséria parcial dos distritos industriais é uma questão geral e menos ainda que é um dano para o conjunto da sociedade. Para os alemães, o acontecimento tem o mesmo caráter de qualquer seca ou carestia local. Por isso, o rei o considera como um 'defeito de administração e de assistência'."


O "prussiano" atribui ainda à situação não-política da Alemanha o fato de que o rei da Prússia encontre a causa do pauperismo numa falha de administração e de assistência, os meios contra o pauperismo.
Para acabar com o pauperismo era necessário educar as crianças, era preciso alimentá-las e liberá-las da necessidade de trabalhar para viver. Alimentar e educar as crianças abandonadas, isto é, alimentar e educar todo o proletariado que está crescendo, significaria eliminar o proletariado e o pauperismo. Mas o Estado jamais encontrará no "Estado e na organização da sociedade" o fundamento dos males sociais,ou seja, jamais assumirá que falhou em suas responsabilidades e causou o problema.
Para resolver este problema é criada a Convenção. Quando o Estado admite a existência de problemas sociais, procura-os ou em leis da natureza, que nenhuma força humana pode comandar, ou na vida privada, que é independente dele, ou na ineficiência da administração, que depende dele. Assim, a Inglaterra acha que a miséria tem o seu fundamento na lei da natureza, segundo a qual a população supera necessariamente os meios de subsistência. Por um outro lado, o pauperismo é explicado como derivando da má vontade dos pobres, ou, de acordo com o rei da Prússia, do sentimento não cristão dos ricos, e, segundo a Convenção, da suspeita disposição contra-revolucionária dos proprietários. Por isso, a Inglaterra pune os pobres, o rei da Prússia admoesta os ricos e a Convenção guilhotina os proprietários.


O Estado não pode acreditar na impotência interior da sua administração, isto é, de si mesmo. Ele pode descobrir apenas defeitos formais, casuais, da mesma, e tentar remediá-los.
Robespierre vê na grande miséria e na grande riqueza um obstáculo à democracia pura.
O prussiano - se tivesse maior familiaridade com a história dos movimentos sociais - teria formulado a sua pergunta ao contrário. Por que também a burguesia alemã vê na miséria parcial uma miséria relativamente tão universal? De onde provém a animosidade e o cinismo da burguesia política, de onde provém a falta de resistência e as simpatias da burguesia não-política para com o proletariado?


Deve-se admitir que a Alemanha tem uma vocação tão clássica para a revolução social quanto é incapaz de uma revolução política. Com efeito, assim como a impotência da burguesia alemã é a impotência política da Alemanha, assim a disposição do proletariado alemão - ainda que prescindindo da teoria alemã - é a disposição social da Alemanha. A desproporção entre o desenvolvimento filosófico e o desenvolvimento político na Alemanha não é nenhuma anormalidade. É uma desproporção necessária. Somente no socialismo pode um povo filosófico encontrar a sua práxis correspondente e, portanto, somente no proletariado o elemento ativo da sua libertação.
O prussiano não consegue enxergar as falhas administrativas e nem mesmo o poder que uma revolução organizada possui para forças mudanças. O "prussiano" fecha dignamente o seu artigo com esta frase:
-"Uma revolução social sem alma política (isto é, sem uma visão organizativa do ponto de vista da totalidade), é impossível".
Gostaríamos de confidenciar ao "prussiano" o que é "uma revolução social com uma alma política"; com isso também lhe revelamos o segredo de porque ele não consegue, mesmo nos seus torneios estilísticos, elevar-se para além do limitado ponto de vista político
A revolução em geral - a derrocada do poder existente e a dissolução das velhas relações - é um ato político. Por isso, o socialismo não pode efetivar-se sem revolução. Ele tem necessidade desse ato político na medida em que tem necessidade da destruição e da dissolução. No entanto, logo que tenha início a sua atividade organizativa, logo que apareça o seu próprio objetivo, a sua alma, então o socialismo se desembaraça do seu revestimento político.

Ciências Sociais e Ciências da Religião

Curso: Pós-Graduação em Ciência das Religiões
Acesso ao Mestrado em Ciência das Religiões da Un. Lusófana
Disciplina: Metodologia do Trabalho Científico
Docente: Paulo Pinto Mendes
Discente: Silas Tavares e Sousa

Trabalho: Resumo do livro - Ciências Sociais e Ciência das Religiões
Polêmica e interlocuções
Autor – Marcelo Camurça - 1ª
Ed. – São Paulo: Paulina, 2008

Introdução

O livro, como o próprio subtítulo estampa: Polêmica e interlocuções, o autor deu um passeio pela emaranhada teia de aranha, e às vezes como numa embaraçada rede de pescador discorreu sobre uma das caçulas das ciências – “Ciência das Religiões, quando se depara com a Sociologia, Antropologia, Filosofia e Teologia. Como ele mesmo diz: “compondo o campo das chamadas “Ciências Sociais da Religião”.
De fato, o autor procura delinear, dar uma definição e colocar na árvore genealógica das ciências sociais a Ciência das Religiões. De uma vez por todas dar uma identidade própria. Não que ela, Ciência das Religiões, não seja uma ciência, mas da o entendimento que outras ciências da área social procurem sufocá-la.

Na verdade, é difícil desassociá-la da sociologia, por exemplo, pois esta, estuda o comportamento social e a religião está dentro da sociedade, em menor ou maior escala. Então este “conflito” vai ser um parceiro constante, mesmo nos tempos modernos quando eclode “Novos Movimentos Religiosos”, no Brasil e no mundo.

Capítulo I

No seu título, este capítulo já começa com uma indagação: “Ciência da religião, ciências da religião, ciências das religiões. Só por ai, já podemos perceber o quanto esta ciência é trabalhosa. É certo que existem dezenas ou centenas de religiões, mas o fenômeno é a religião. Então porque pluralizar a ciência ou religião? É claro, os estudiosos da área entendem que deve ser Ciência das Religiões. É certo, como já foi dito, há diversidade de religiões. O foco não são as religiões, mas o fenômeno religião. Por que a ciência não pode ser uma? Ou haveria uma ciência para cada religião?
Descreve o autor (p. 20/21): “A idéia de uma “Ciência da Religião”, em si, já provoca questionamentos do fenômeno religioso. O nome da disciplina sugeriria que um fenômeno empírico – histórico e cultural (também “espiritual”) – como o é a religião, exigiria uma ciência específica – a despeito do estoque variado das Ciências Humanas”. Assim da para se deduzir que a independência da ciência da religião é duradora, ou por ser caçula poderá, mais adiante, como esboça nesta obra, se emancipar.
Sobre Religião – religiões, na página 29, o ilustre cientista, Marcelo Camurça, cita autores Emile Durheim e Marcel Mauss como sendo “pais-fundadores de nossa disciplina” como pluralista, à época, desta ciência.
Ora, toda religião possui o seu credo, seu rito. Há um misto de cultura, história e, ate então, há que se falar propriamente dito, em uma Ciência para o fenômeno religião. Mesmo que esta, ainda caçula, continue na mesma moeda das ciências humanas e sociais.

Capítulo 2

Aqui tem a abordagem das Ciências Humanas e a Teologia, ambas, no sentido genérico atuam dentro do comportamento social. Esta última, a teologia, mais definida para um grupo social mais definido, ou pelo menos uma disciplina mais definida. Assevera o autor: “Como idéia matricial, penso que a(s) Ciência(s) da Religião no País nasce(m) e se desenvolve(m) confrontada(s) entre duas “linhas de força”: as Ciências Humanas e a Teologia”. Ele faz alusões ao Programa de Ciências Humanas da Religião da Universidade de Juiz de Fora/MG, que deveria focar o assunto religião com mais definição.
De outra forma, sublinha também a Teologia que influencia na estruturação dos Programas de Ciência(s) da Religião em instituições de ensino superior confessionais. Assim a Teologia não se sente confortável em ver outras ciências na área de ciências humanas intrometerem na sua área. Nesse ponto, o autor, com propriedade, cita : “Talvez nessas partículas, devesse ser tentada a “designação composta” de “Teologia e Ciências da Religião”, que Pye registra para o caso inglês, quando um programa de pós-graduação oferece os dois cursos paralelamente(Pey, 2001, p.15). Ora, se esta hipótese um dia for levada a efeito, poderia abrir precedentes, uma vez que outros ramos religiosos poderia avocar para si uma composição pertinente à sua área religiosa.
Estamos em tempos moderno onde a ciência, cultura e a religião também se modernizaram. No caso da religião, a sociedade parece que ficou saturada dos modelos tradicionais, então novas tendências e ordens religiosa despontam, algumas saindo de um mesmo tronco. Marcelo Camurça (p. 54/55, desta obra) dispara; “ O Brasil também se encontra atravessando por essas tendências hibridizantes, da multiplicidade de “encontras de culturas”, diz um estudioso – ressalvadas as características de cada período histórico – desde sua sociogênese (Sanchis, 1997). Neste sentido, não se pode falar entre nós de religiões animistas africanas sem recorrer à sua assimilação e sincretismo no candomblé e na umbanda (Batisde, 1971; Ortiz, 1999; Dantas 1998); tampouco podemos falar em “religiões cristãs”, em geral, depois do pentecostalismo à brasileira, tipo “Igreja Universal do Reino de Deus”, típico “produto de exportação” do Brasil para o mundo (Mafra,2002)”. Na inquietação social, a abertura do leque religioso se torna uma realidade.

Capítulo 3

Mostra inicialmente este capítulo, a preocupação com o método científico em Ciência das Religiões, onde vários autores “defendem a elaboração de um método unificado como constitutivo para nossa emergente área de conhecimento. Ainda nesta esteira, o autor cita Michael Pye, que faz coro com autores defensores na unificação, mas ressalva expressando do seguinte forma: “parece-me que em Michael Pey a questão é mais simplificada no seu projeto de constituição de um “estudo autônomo da religião” como “disciplina centrada em si mesma” (2001,PP 20,21). Para ele é “colocar entre parênteses [...] as reivindicações de verdade da religião em estudo” (2001, p. 27).
Segundo Camurça, a questão não é tão simples assim, pois, para um projeto unicista de Ciência das Religiões vai sempre esbarrar em pendências resultantes de “estrutura acadêmicas particularmente enraizadas (Pey 2001, p.26) que revelam uma “tensão entre valor religioso pressuposto da Teologia [e fenomenologia]) e reducionismo [...] implicado na explicação das Ciências Sociais) [e] entre localização sociocultural (enfatizada no trabalho de campo) e filologia “ (2001,P 18). Como se vê, Teologia e Ciência das Religiões estão na mesma moeda mas uma de cala lado.
Fala-se em “religiões concretas”, isto é, aquelas que têm como fonte a “experiência religiosa”, o que enseja que a Teologia deve ser tomada como dimensão própria, cujo objeto “religião” só pode ser “construído”, só pode emergir/irromper por intermédio de um método e teoria próprios (ou articulado interdisciplinarmente) e de suas instâncias de validação (Ciências Sociais, Histórias, Psicologia.) e dentro de contextos de realidade (psique, historicidade, sociocultural). Tenho a impressão de que não haverá um denominador comum, visto que as ciências humanas estão entrelaçadas e como tal a Ciência das Religiões.

Capítulo 4

Este capítulo vem intitulado com uma interrogação: “Pode-se falar de uma Antropologia da Religião dentro do Campo antropológico?”
Parece mesmo, que a antropologia seria a ciência mais adequada para adentrar no campo da religião. Mas a questão é de linguagem ou de interpretação, visto que a antropologia é mais exata do que a religião em si. A religião está pautada em crenças e tradições. É algo que, em primeiro momento vem de dentro para fora, é quase nato e tradicional. A Antropologia da Religião busca a cultura, a história, a crença, ritual. Tem mais liberdade, pois vai além da religião propriamente dito, uma vez que tem instrumentos de pesquisas próprios da antropologia; realça outros parâmetro e valores que desnudam a religião.
Pode até causar incomodo a antropologia na religião. A antropologia engloba todo o comportamento do homem, inclusive o lado religioso. Então a religião é mais um detalhe na malha da antropologia ou existe mesmo antropólogo da religião?
Marcelo Camurça, a propósito do subtítulo “A religião na modernidade e sua apropriação como disciplina pela Antropologia”, cita o seguinte trecho: “Na reflexão de Otavio Velho também podemos encontrar – de maneira indireta – pistas para uma postura “construcionista” da realidade da “religião” como objeto da Antropologia”. A sociedade se modernizou. A religião acompanhou esta modernidade?. A Antropologia tenta pelo menos explicar. E a Ciência das religiões, também não faria sua observação?
Na realidade, o campo é complexo, razão porque o autor expressa: “ Desta forma, fica demonstrada a importância crucial da “religião” na atualidade (que justifica, per se, um ramo da Antropologia voltado pra o fenômeno), mas só se pode visualizar a realidade dessa “religião” na confluência entre uma pluralidade de “experiências” e significados (símbolos, imaginários que tornam esse nome, religião, com também uma multiplicidade de realidade sociais, culturais, em que ela(s) se constrói(em) e que são construídos inspirados no significados produzidos por ela(s)”.

Capítulo 5

A primeira vista, dá a impressão que este capítulo tece assuntos relativos ao anterior quando traz o título: Em busca de “fundamentos para uma Antropologia da Religião. O autor, segundo ele mesmo, faz uso de sua experiência como docente da área de Antropologia da Religião, para discussão em torno dos fundamentos da antropologia da Religião.
Para ele não é fácil inserir a antropologia como disciplina que se relaciona com a religião, uma vez que aquela trabalha com dados mais reais, e a religião toca mais o abstrato. De fato, a religião é mais imaginaria, a não ser os ritos, simbologia e objetos de cultos. Como pode a antropologia tocar o confessional, colocar razão na fé? Daí o desconforto em adentrar nessa área.
Para trazer mais compreensão e acentuar a discussão Marcelo Camurça acrescenta: “Desta forma, gostaria de colocar, menos como questão de fundamento, mas como tema relevante da Antropologia da Religião, do ponto de vista teórico, justamente a relação entre a Antropologia e a religião. Começo por ressaltar o que penso ser uma afinidade mas também aporia, que constitui a relação entre Antropologia, ciência que busca a compreensão da alteridade “nos seus próprios termos”, e a religião, exemplo dessa alteridade por excelência, e por isso tema muito caro da Antropologia, mas que, no entanto, se define cercada por uma irredutibilidade a interpretação ‘exterior a ela.
De outra feita, o escritor faz alusão a Rita Segato, quando ela diz “em artigo em que expõe a pretensão antropológica de compreender “por dentro” o universo da religião, por meio do relativismo (operação pela qual se desconstrói tudo o que é tomado como “dado” e se legitima como “construção” a variedade das criações humanas) e a crença religiosa que somente pode ser experimentada pelo crente fiel como absoluta (1992,PP. 114-35).
Por outro lado, a modernidade e a secularização, segundo Camurça, trazem um abrandamento nas possíveis arestas causadas pela “guerra fundante”, uma vez que a religião tem dificuldade de explicar fatos comprovadamente científicos. Agora se fala em indiferença ou tolerância mutua em bases pragmáticas. Graças a “Cientistas e religiosos descobrirem que o estudo da religião enquanto fenômeno social/cultural não conduz ao seu desmoronamento e extinção”.
A despeito de tudo isso, quando o estudo ou a pesquisa tem o pendor de uma crença, “torna-se nativo”. Não chega a ser uma “distorção”, mas o foco pode se inclinar para uma “empatia e proximidade com a temática religiosa onde o autor deixa claro que dificilmente haverá um conceito único, chegando a dizer que as “interpretações das interpretações” que tanto a Antropologia e as Ciências Sociais fazem em cima das “interpretações” “religiosas enquanto discursos equivalentes, possam interagir e falar do outro, cada um do seu ponto de vista, mas sempre abertos a incorporações mutuas, que segundo Otavio Velho, “tanto pode ser fonte de desconforto, quanto de iluminação” (1998, p 12).

Capítulo 6

Novos Movimentos Religiosos – Entre o secular e o sagrado.

Estamos vivendo em tempos modernos. Parece que o futuro chegou, ou nunca vai chegar, ou que está sempre presente, dado o avanço célere da tecnologia e da ciência. A sociedade não ficou para traz. É bem verdade, que no universo de pessoas, dada a posição geográfica, o futuro, a modernidade ainda não deu a sua face. Ou quando então só a tecnologia bélica paira nesses rincões.
Há muito se vem desenhando a transformação social. A globalização e a secularização aceleraram a modernidade e afetou o comportamento social. A tecnologia criou necessidades e o tempo do homem moderno está preenchido, não há vazio. Com isso não quer dizer que a religião ficou de fora. Marcelo Camurça assevera nesta obra: “Contudo, neste alvorecer de um novo milênio, no mundo e no Brasil, a eclosão dos chamados “Novos Movimentos Religiosos”, dos movimentos místicos, dos “neo-esoterismos” e da “new age”, além da revivescência de tradições e fundamentos, no seio das religiões institucionalizadas, parece levantar desafios interpretativos e classificatórios aos estudiosos da religião e da realidade sociocultural contemporânea.
O ser humano continua religioso, a religião está sempre presente. O sagrado e profano estão no mesmo contexto, mas aquele parece emergir com mais força, “o boon, neste começo de era, de elementos sagrados e mágicos: rituais xamânticos e iniciáticos, práticas mágicas, utilização de objetos dotados de poderes (cristais, pirâmides), comunicação com entidades espirituais (transe, channeling), contatos com seres extraterrestres, crença em seres mágicos (espíritos, anjos, fadas, gnomos, duendes), “batismo no Espírito”, glossolalia, exorcismo, curas espirituais por imposição de mãos. Observa-se também que o conhecimento, a razão, e o livre arbítrio, o homem ficou mais independente. Não restam dúvidas que determinados fenômenos religiosos causam curiosidades. Quanto ao batismo no Espírito, no ano de 1906, mais precisamente na Rua Azusa,312, em Los Angeles/EUA, ocorreu um movimento “pentecostal” onde milhares de pessoas receberam o “batismo no Espírito, ocorrendo também o fenômeno glossolalia. Este fenômeno chegou ao Brasil em 1911, no Estado do Para.
Fala-se em “Novos Movimentos Religiosos”, talvez para disfarçar o que alguns autores colocam como declínio da religião. Ela, a religião, está intrínseca na sociedade. Ora sempre haverá novos movimentos religiosos. As novas gerações serão responsáveis e darão novas vestes a religião que, como acessório social, estará sempre presente no homem.

Capítulo 7

Neste Capítulo, intitulado – “Da boa e da má vontade para com a religião nos cientistas sociais da religião brasileiros”, o doutor Marcelo Camurça faz comentários sobre um artigo produzido pelo sociólogo Antonio Flavio Pierucci, no qual este “busca realizar um “balanço bibliográfico [...] dos estudos antropológicos e sociológicos sobre religião no Brasil”. (Pierucci,1999,p. 250), que na realidade, segundo Camurça, trata-se de um “exercício crítico de “sociologia da Sociologia da Religião” (p.246).
Para Pierucci a área da Sociologia da Religião se constituiu como “impuramente acadêmica”, carente de credibilidade cientifica perante as Ciências Sociais (Pierucci,1999,p.245) devido à presença em seu meio de “religiosos praticantes” e “profissionais da religião” que movidos por “interesses religiosos” – motivações pastorais, orientações eclesiásticas -, comprometem a “esfera intelectual autônoma” do labor científico com uma contaminação religiosa da prática intelectual, que redunda no “sacrifício do intelecto que toda religião implica e requer” (p. 247). Segundo deixou transparecer, tem o objetivo de valorizar a religião.
O entendimento de Camurça é que o estudo de Pierucci deixa transluzir que há o “envolvimento “afetivo-existencial” destes” “sociólogos-da-religião-religiosamente-comprometidos” (p.250). O campo da sociologia é quase infinito, não tem como se fazer afirmações exatas, principalmente na área da religião que tem um leque muito abrangente. É claro e evidente, que cada cientista ou estudiosos da área quer valorizar o seu trabalho. Fala-se até em “Desprestígio acadêmico” ou questão de “mudança de paradigmas”, como interrogação.
O Brasil, desde a sua colonização, teve ou sofreu uma forte tendência religiosa, principalmente no cristianismo. E com o advento da escravatura de “mão-de-obra” africana, o movimento religioso afro ascendeu neste País. Sempre haverá sociólogos, antropólogos e outras ciências afins “afetivo-existenciais”.

Conclusão

O comportamento do ser humano é complexo e em sociedade mais ainda. Não é de admirar a complexidade das Ciências Humanas, um conglomerado de “ciências” só voltado para ele, o ser humano. Neste edifício das ciências humanas Antropologia, Sociologia, Direito, Filosofias, Teologia, História e outras afins, surge a Ciência das Religiões, e o que se observa, é que nenhuma delas podem sobreviver isoladas, haverá sempre uma interdependência.
Parece que a Ciência das Religiões conflita ou se aproxima mais da teologia ou como disse o cientista Marcelo Camurça, comentando o estude de Pierucci: “o envolvimento “afetivo-existencial” destes “sociólogos-da-religião-religiosamente-comprometidos”. Falou-se até em Antropologia da Religião. Será que podemos expressar em interferência ou necessidade de se fazer estudos mais conclusivos ou cientificamente mais acabado ou exato? O certo é que a Ciência das Religiões é uma realidade. Está consolidada e já é parte integrante do edifício das ciências humanas.


Brasília-DF, 09 de outubro de 2009


Fonte:.http://www.cienciadasreligioes.eu/
Silas Tavares e Sousa